E aí Raphael! Primeiramente, é muito legal tê-lo nesta primeira entrevista do Meinl Drummers. Apesar de ser brasileiro, você mora na Itália há um certo tempo, e hoje é batera da banda de heavy metal Chaoswave. Quais são as diferenças entre tocar batera no Brasil e na Itália?
R: Olá pessoal! Não estou acostumado a escrever em português, por isso vão me desculpar se fizer muitos erros! Eu moro na Italia desde criança e estudei só nas escolas Italianas, sei falar português, mas escrever eu aprendì sozinho! Respondendo a sua pergunta: No Brasil a musica é algo bem mais “vivo” e alegre do que na Italia, os brasileiros amam a musica de um jeito incrivel! Até nos workshops os caras vão mais para curtir a musica do que para fazer perguntas sobre técnica, etc etc... eu acho isso muito bom, o pessoal adora mesmo! Aqui na Itália, a situaçao é muito, muito ruim, por isso tento sempre tocar fora da Italia, amo tocar na Alemanha, por exemplo... é outro nivel cultural. Aqui na Itália, a música é algo mais “morto” do que “vivo”, e se a gente for falar sobre minha cidade (Cagliari), a situação é ainda pior. Falo sempre isso para os brasileiros: não pensem que na Europa é tudo melhor... tem alguns países (no norte especialmente) aonde as coisas são bem melhores, mas não aqui na Italia.
Você estudou com diversos músicos de renome, como Dino Verdade, Aquiles Priester, Fernando Schaeffer e Amilcar Christófaro. Quais os principais ensinamentos que você obteve de cada um destes mestres da batera?
R: Aquiles Priester: as primeiras dicas ótimas para estudar dois bumbos e ficar mais rápido e também o fato de ter PEGADA.
Fernando Schaeffer: ele me insinou que tudo pode ficar metal, o importante é como você toca, eu acho o Fernando um baterista incrível mesmo!
Dino Verdade: aprendì a ler direito as notas musicais e aprendì muitos ritmos latinos.
Amilcar Cristofaro: aprendì mais um jeito original de tocar metal, o Amilcar tem um estilo próprio muito bem definido.
Fale um pouco sobre o curso de batera Real Metal, como funciona e quais os diferenciais deste curso?
R: O Curso “Real Metal” é o primeiro curso de METAL MODERNO (para bateria) que eu fiz em Firenze. Esse curso ensina a tocar metal: os ritmos principais (skank blast beats, powergrooves), como ter pegada, as viradas, a história da bateria no metal, desenvolver velocidade...e também aprender a ler e escrever as notas, isso é muito, muito importante. Aqui, no passado, não tinha cursos de metal!!! Coisa Incrível! A Itália só tinha cursos de jazz, pop e quase nada de rock. A Itália é um país com muitos preconceitos e não foi fácil fazer aceitarem o meu jeito de tocar. Eu ensino em Firenze e em Torino, duas escolas boas mesmo! Agora temos uma escola Bateras Beat/Gm drumschool aqui em Cagliari e estamos começando a ensinar aqui também.
Além do Chaoswave, você toca também na banda de death metal We Are Building Ruins. O death metal é certamente uma das vertentes do metal que mais exige dedicação e esforço do batera. Que dicas você pode dar para os bateras que desejam se aprofundar neste estilo? Você pratica exercícios específicos para manter uma boa velocidade e consistência nos blastbeats?
R: Estudem com um professor BOM que ensine para vocês como tocar a bateria e coisas como FREESTROKE e MOELLER, procurem ver as video-aulas de JOE MORELLO e JIM CHAPIN e tentem entender como aplicar aquilo na música pesada, isso vai ajudar muito! Eu pratico single stroke roll o dia inteiro e tenho também um exercício que coloquei no YOUTUBE (começa a 2 minutos e 22): http://www.youtube.com/watch?v=9HVbVZ1ye9E .Faço isso todas as vezes que pratico. Também toco muitas músicas aonde tem blastbeats!
O Chaoswave tem feito diversas turnês pela Europa nos últimos tempos. Quais foram os melhores momentos e os momentos mais difíceis durante estas tours?
R: Os Melhores e piores estão na mesma tourneè: a última com o EVERGREY. A gente teve momentos ótimo e um grande público, foi incrível tocar em tantos lugares em 1 mês só! Os momentos piores foram de convivência com pessoas que nem sempre estavam a fim de fazer amizade ou passar momentos juntos. Os Evergrey estavam próximos de mudar 3 pessoas na banda e o “clima” não era sempre dos melhores.
Que conselho você daria para bateras que estão se preparando para longos períodos de shows consecutivos?
R: Estudem, tentem praticar o maximo possível também quando estão muito cansados. Bebam muita água e tentem ficar sempre relaxados!
Você teve a oportunidade de visitar a fábrica da MEINL na Alemanha, conte-nos um pouco sobre essa experiência!
R: Foi um prazer incrível... entendì porque os caras estao crescendo tanto no mundo! Trabalham muito, a qualidade é otima e tudo é perfeito: super-organizado, pessoal super-profissional e super trabalhador! Fiquei impressionado com o método de trabalho dos caras: nunca vì nada igual na minha vida! Fui recebido muito muito bem porque eles tratam os endorsers como parte da família...isso eu adorei e nunca vou esquecer.
É isso aí Raphael, deixo agora o espaço livre para você falar o que quiser. Obrigado pela entrevista!
R: Obrigado a você! Adoro o Brasil e adoro falar português, ou tentar ehehehe, não vejo a hora de voltar no Brasil para a próxima tournèè de workshops que vai ser feita junto com o meu grande amigo DINO VERDADE: Samba Vs Metal! Entrem em contato comigo no Facebook ou visitem www.myspace.com/sainiraphael !
Ghost Notes (perguntas rápidas)
Gravação de batera da qual você mais se orgulha: The Painting - We are Building Ruins
Álbum / banda que mudou sua vida: Sepultura
Álbum / banda que tem ouvido recentemente: Vinnie Colaiuta
Meinl cymbal preferido: TODOS
Ídolo na batera: Pete Sandoval (Morbid Angel), o que ele fez nos anos 90 é incrível ainda hoje!
Muito bom... ótimo começo!!
ResponderExcluirBoa sorte para o blog e para os bateras que passarem por aqui!
que blz ! ja comecou arrepiando, grande papo !!! David Ciasca
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